segunda-feira, 1 de setembro de 2014

BIOMECÂNICA NA MUSCULAÇÃO

Esta foi uma pesquisa que realizei em 21/10/2013, sobre a Biomecânica na musculação, porém como faz um bom tempo, não lembro quais foram as fontes. No entanto, achei legal postar aqui no blogger, devido ao texto ser bem interessante e com boas informações. Caso eu achar as fontes, posto aqui para vocês.



Biomecânica é chave para treino de musculação eficaz
Os músculos são essenciais para o organismo, por isso, temos que trabalha-los e estimula-los para que se regenerem e cresçam, já que com o passar dos anos, vamos perdendo massa muscular, afirma o consultor esportivo e profissional de educação física José Rubens D’Elia. A musculação apresenta muitos benefícios aos praticantes, justamente por trabalhar com sua massa muscular, estimulando seu crescimento e força. O especialista em fisiologia, doutor em ciências Denis Foschini, conta que além de benefícios estéticos, a modalidade acarreta benefícios a saúde , como por exemplo: controle de pressão arterial, controle do diabetes, câncer, HIV, obesidade, melhora do perfil lipídico, da qualidade de vida, dos aspectos emocionais, força muscular, entre outros. Para melhorar ainda mais um treino de musculação, o profissional de educação física deve ter conhecimento em anatomia e fisiologia humanas e do exercício e biomecânica.  Segundo Foschini, deve ter em mente que “o ser humano não é exclusivamente biológico, mas também é influenciado por aspectos psicológico, sociais, culturais, espirituais etc”. Então porque a biomecânica é uma grande aliada da musculação? É simples, o conhecimento de física (mecânica) aplicada no corpo humano, ajuda na criação de treinos apropriados ao corpo, possibilitando trabalhar as estruturas de forma correta sem o risco de lesões. De acordo com Julio Serrão, coordenador do laboratório de biomecânica da Escola de Educação Física da universidade de SP, a utilidade da biomecânica na musculação ajuda principalmente na escolha dos exercícios, já que às vezes a escolha ocorre pelos exercícios que o treinador mais gosta ou os mais comuns, porém, se não for bem feita, pode trazes riscos ao aluno.  Paulo Marchetti, coordenador do grupo de pesquisas em Neuromecânica do Treinamento de Força e especialista em treinamento desportivo e fisiologia do esporte, afirma que os conhecimentos em biomecânica auxiliam a entender a mecânica articular, a participação dos músculos no exercício, nas lesões, na reabilitação e na sequência de exercícios. Na hora de prescrever um treino de musculação, o profissional deve ter atenção, pois os biomateriais são considerados por sobrecarga, tanto faz a ordem dos exercícios, o ponto crucial é quantidade de movimentos para cada aluno. Um cara que é bem treinado suporta bem, no entanto, um que não seja ou que esteja lesionado, pode ser fatal e isso vai depender da escolha biomecânica do exercício, afirma Serrão. Usar a amplitude máxima nos exercício é fundamental para trazer benefícios, a orientação é que apenas não saia do arco natural da articulação, fazendo uma hiperextensão ou um meio arco, pois esse ângulo nem sempre protege o aluno de forma efetiva. Se não fizer um arco completo o músculo não ganha força, o caso mais clássico é o do agachamento. Um idoso, por exemplo, que não faz o arco completo terá dificuldade para subir escadas, sentar e fazer movimentos do dia a dia, por isso, os arcos com movimentos mais amplos são indispensáveis. Serrão afirma também, que comparou o treino prescrito por um profissional não habilitado a ir num médico não habilitado, pois em um médico podemos morrer, com um professor não apto, podemos nos aleijar, ter lesões como osteoartrose, problemas articulares, hérnia de disco, lesões de ombro, entre outros problemas que podem afetar a qualidade de vida do aluno e que por isso, treinamento de musculação deve ser criado apenas por profissionais aptos.

ESTUDO DIRIGIDO - CINÉTICA LINEAR E ANGULAR



1. O que é inércia? Propriedade física da matéria, e segundo a relatividade, também da energia.
2. O que é momento linear e o que ele representa na avaliação do movimento humano? É uma das duas grandezas físicas fundamentais necessárias à correta descrição do inter-relacionamento entre o dois entes ou sistema físico.
3. Qual a relação da força com a massa e a aceleração de um corpo? A força é aquilo promove a aceleração para um corpo. A força aplicada em algum corpo é sempre proporcional à aceleração provocada, ou seja, aplicando força em um corpo, causaria uma aceleração e se aplicarmos o dobro de força essa aceleração seria multiplicada e assim sucessivamente.
4. O que é uma força de contato? É a força gerada no ponto de contato entre dois objetos. Assim como todas as outras forças, esta é regida pela segunda lei de Newton, porém podem ocorrer apenas quando esses objetos se encontram em contato direto.
5. Como funcionam as plataformas de força? Consistem de duas superfícies rígidas, uma superior e uma inferior que interagem por sensores de força. Normalmente são colocadas no chão de forma que sua superfície superior esteja nivelada com o chão para que seja possível andar sobre ela. Cada sensor de força registra a força aplicada nas direções medio-lateral, ântero-posterior e vertical.
6. Quais as diferenças na força de reação do solo, se comparar o andar e o correr? Os perfis de força de reação do solo mudam com o tempo e a magnitude dos componentes da força de reação do solo são maiores para corrida do que para o andar e elas também irão varias conforme a velocidade. Na caminhada, o componente vertical tem valor máximo de 1 a 1,2PC e na corrida o máximo pode ser de 3 a 5 PC. Na caminhada o componente de força vertical tem sua característica bimodal, pois apresenta dois valores máximos. O primeiro pico modal ocorre na primeira metade do apoio e caracteriza-se a porção de apoio do corpo abaixado após contato com o solo. O segundo pico apresenta o impulso ativo contra o solo para o movimento para o próximo passo. Na corrida, a forma de componente vertical da força de reação do solo depende do padrão de queda do pé do corredor. A curva do contato do calcanhar do pé do corredor tem dois picos discerníveis. O primeiro pico ocorre muito rapidamente após o contato inicial e é geralmente denominado de pico passivo.
7. O que é impulso? Grandeza física que mede a variação de quantidade de movimento de um objeto. É causado pela ação de uma força atuando durante um intervalo de tempo.
8. Quais as diferenças entre o atrito estático e dinâmico? Atrito estático é o componente horizontal da força de contato que atua sempre que dois corpos entram em choque e há tendência ao movimento. Atrito dinâmico é a força que surge entre as superfícies que apresentam movimento relativo de deslizamento entre si. Se opõe sempre a este deslizamento e atua nos corpos de forma sempre a contraria-los, mas nem sempre mostra-se oposta ao movimento observado do corpo.
9. Qual a relação entre tração e desempenho e risco de lesão? Os movimentos feitos em plano sagital estão relacionados com o desempenho e os do plano não-sagital estão relacionados com a lesões.
10. Para que serve o coeficiente de restituição no impacto de um corpo em movimento e um corpo estacionário? Serve como valor fracionário que representa a razão das velocidades antes e após o impacto.
11. O formato de um corpo influencia a força de arrasto experimentada durante os movimentos em um fluido? Sim, pois a forma depende da forma e da velocidade do corpo.
12. Qual a diferença entre inércia e momento de inércia? A inércia seria um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a um conjunto de forças de resultante nula. Nessa condição o corpo não sofre variação de velocidade, ou seja, se está parado permanece parado, se está em movimento permanece em movimento e sua velocidade se mantém constante. O momento de inércia expressa o grau de dificuldade em se alterar o estado de movimento de um corpo em rotação. Também depende da distribuição da massa em torno de um eixo de rotação escolhido arbitrariamente.
13. Por que o momento de inércia varia, para um mesmo segmento, entre movimentos em um eixo e outro? Um mesmo segmento corporal apresenta diferentes valores de momentos de inércia dependendo do eixo no qual ele gira. No antebraço, por exemplo, a flexão e extensão tem maior momento de inércia, enquanto a pronação e supinação tem menor momento de inércia.
14. O que é momento angular e como ele é manipulado em esportes com saltos? Momento angular de um corpo é a grandeza física associada à rotação e translação desse corpo. No caso específico de um corpo rodando em torno de um eixo, acaba por relacionar sua distribuição da massa com sua velocidade angular.
15. Como o momento de inércia auxilia na locomoção? O momento de inércia mede basicamente a distribuição da massa de um corpo em torno de um eixo de rotação. Quanto maior for o momento de inércia de um corpo, mais dficil será faze-lo girar.

BIOMECÂNICA DA CORRIDA

Um excelente vídeo explicando e respondendo questões sobre o que acontece, em relação a mecânica e a movimentação do nosso corpo durante uma corrida.

Roteiro de estudos

TECIDOS
- Composição do tecido osseo: Matriz organica (cáclcio, fosfato e colágeno) de 60 a 70% e água de 25 a 30%;
- Função do tecido ósseo: Suporte mecânico, locomoção, proteger órgãos internos, ponto de fixação muscular, medula óssea, vértebras, fêmur e crista ilíaca;
- Os ossos representam cerca de 16% da massa corporal;
- Possuem formatos e tamanhos determinados pela carga mecânica, já as características de sobrecarga e uso definem seus tamanhos;
- Ossos longos e ocos e ossos curtos e sólidos;
- Osso longo (úmero) - osso chato (esterno) - osso irregular (vértebra) - Osso sesamóide (pátela) - Osso curto (trapezóide);
- Osso cortical ou compacto: córtex do osso, estrutura densa, similiar a marfim;
- Osso trabecular ou esponjoso: Interno ou cortical, estrutura de malha frouxa, espaços intersticiais preenchidas com medula óssea;
- Características biomecânicas dos ossos: Força e dureza, anisotropia, viscoelasticidade, respostas elástica e plástica, piezoeletricidade;
- Resposta elástica: Osso submetido a uma carga e deforma-se para absorver impacto e energia;
- Resposta plástica: Depois da deformação ele não volta a sua forma original;
- Composição da cartilagem: 5% células, 95% matriz e 65 a 80% de água e espessura de 1 a 7mm. A da patela tem menos de 5mm;
- Liquido sinovial: Produzido pela membrana sinovial, nutri a cartilagem e a protege;
- Discos fibrocartilaginosos: Otimiza a função da cartilagem e estabiliza a articulação;
- Formando segmentos: Imóveis (sinartroses) - Móveis (Diartroses) - Semi-móveis (anfiartroses);
- Tendão e ligamento são estruturas passivas;
- Ligamento: Aumenta a estabilidade, guia o movimento, limita a amplitude de movimento;
- Tendão: Transmite cargas do músculo ao osso e permite o movimento;
- Tipos de tecido muscular: Músculo esquelético, cardíaco e liso;
- Esquelético: Voluntário, estriado e multinucleado;
- Cardíaco: Invonluntário, estriado e núcleo central;
- Liso: Involuntário, órgãos internos e núcleo central;
- Funções primárias relacionadas ao movimento: Locomoção, posicionamento do corpo e postura;
- Arquitetura muscular: Unipenado, Bipenado, multipenado, fusiforme e peniforme;
- Tipos de fibras: Lentas tipo I e rápidas llb e lla;
- Músculos longos predomina a velocidade;
- Músculos curtos predomina a força;
- Tipos de neurônios: Motores, sensores e interneurônios;
- Fibras lentas exitação mais baixa;
- Fibras rápidas exitação mais alta;
- Vias Aferentes = Aferem - Vias eferentes = Executam;
- Os fusos musculares detectam o comprimento das fibras;
- O órgão tendinoso de Golgi detecta a variação da tensão mecânica sobre os tendões;
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terça-feira, 24 de junho de 2014

MUSCULAÇÃO: Rosca Scott ou Rosca Direta? Qual a diferença?

Dando continuidade à série "Aspectos biomecânicos e cinesiológicos nos exercícios de musculação", desta vez foram comparados dois exercícios para o desenvolvimento dos bíceps e demais músculos flexores do cotovelo, que são as roscas Scott Vs. Direta.

Rosca Direta com barra reta
EM ANÁLISE
Os músculos bíceps braquial, braquial, braquiorradial e pronador redondo são os responsáveis em realizar o movimento de flexão do cotovelo. variáveis estruturais e biomecânicas determinarão o papel que cada um deles desempenha no movimento e dentre estes fatores podemos citar: a localização dos músculos, a posição das articulações adjacentes (ombro e rádio-ulnar), quantidade da carga utilizada, tipo de contração muscular e velocidade de movimento. O entendimento destas variáveis estruturais e biomecânicas permiturá analisar o comportamento destes músculos na realização dos dois exercícios propostos. Analisemos alguns destes pontos ao longo deste artigo. O músculo braquial está localizado na metade distal do úmero e possui a maior área de secção trasversal e volume total entre os músculos flexores do cotovelo. O seu desenvolvimento, portanto, proporcionará um bom volume desta região, principalmente próximo a região do cotovelo. O bíceps braquial é o músculo mais longo e cobre toda a área da parte superior do braço, no entanto, o seu volume representa metade do volume apresentado pelo braquial. É o músculo localizado mais superficialmente na região e seu desenvolvimento influência, esteticamente, no aspecto geral da região anterior do braço. Assim, procure realizar em seu programa de exercícios para flexores do cotovelo, uma combinação de exercícios que colabore com o desenvolvimento geral destes músculos, inclusive o braquirradial.

SOBRECARGA UTILIZADA E PONTO DE APLICAÇÃO DA FORÇA
A distância da qual a sobrecarga utilizada (halteres, barra, cabo, etc.) se encontra do eixo do movimento (neste caso o cotovelo) determina quanta intensidade ela proporciona à musculatura ativa. Isso é chamado de "braço de momento da resistência". Quanto maior for a distância que a sobrecarga se encontra (ou quanto mais perpendicular a linha ação da resistência estiver em relação à alavanca), maior será a intensidade aplicada. Para os exercícios em análise, o ponto no qual a sobrecarga oferece maior intensidade é:
- Rosca Direta com barra ou halteres: A 90 graus de flexão do cotovelo. Durante a realização do exercício, na posição inicial, a intensidade aplicada pela sobrecarga é praticamente nula e aumenta até o seu máximo a 90 graus. Após este ângulo, a distância da sobrecarga em relação ao eixo do movimento diminui e, consequentemente, a intensidade aplicada pela sobrecarga também.


- Rosca Scott no aparelho: A 90 graus de flexão do cotovelo. Entretanto, diferentemente do que ocorre na rosca direta, a intensidade aplicada pela sobrecarga do aparelho é quase que uma constante durante toda a amplitude do movimento, aumentando muito pouco para alcançar o seu máximo a 90 graus. Esse fator faz com que os músculos flexores do cotovelo sejam bastante exigidos durante toda a amplitude de movimento, enquanto que, na rosca a variável de intensidade é bastante alterada.


COMO ISSO REFLETE NO TRABALHO MUSCULAR?
Na rosca direta com barra ou halteres, sendo um músculo de arranco, o braquial inicia o movimento de flexão do cotovelo quando a intensidade oferecida pela sobrecarga é quase zero. Após os primeiros graus de flexão do cotovelo, o bíceps braquial passar a ser um potente músculo flexor (principalmente devido à posição anatômica do ombro), ao mesmo tempo em que a intensidade do exercício sobre até o seu máximo em 90 graus. Após este ponto, o braquial, devido ao seu ponto de inserção muscular, passa novamente a ser eficiente como flexor, mas a intensidade do exercício está diminuindo, exigindo menor esforço deste músculo. Em resumo, durante a amplitude de movimento, no qual a sobrecarga impõe uma maior intensidade de trabalho dos músculos, o bíceps braquial se encontra em plenas condições de trabalho, realizando maior esforço. Na rosca Scott no aparelho, o trabalho do braquial se torna mais evidente por dois motivos principais: a intensidade aplicada pela sobrecarga é praticamente constante durante toda a amplitude de movimento e a posição do ombro, em flexão, diminui a capacidade de trabalho do bíceps. De maneira distinta à rosca direta, o esforço realizado pelo braquial como músculo de arranco enfrentará uma maior intensidade (já que, anteriormente, era quase zero). Durante as amplitudes médias até os 90 graus, o seu esforço também será maior, pois o bíceps encontra-se em desvantagem fisiológica devido a posição do ombro. Na amplitude final, dos 90 graus até o final do movimento, o braquial estará na sua melhor posição (considerando-se o ângulo de inserção do músculo) e continuará realizando grande parte do esforço, juntamente com o braquiorradial.

Variação da Rosca Scott com pegada pronada
Fontes:
- Revista Super Treino - Nº 67 - Ano: 2014;
- Prof. Mauricio de Arruda Campos - Comitê Educacional e Pesquisa - IFBB - CREF: 2597-G/SP;
- Prof. Bruno Coraucci neto - Secretário da Confederação Sulamericana - CREF: 14.668-G/SP;
- Prof. Rodrigo Fenner Bertani - Educador Físico e Fisioterapeuta Esp. em Fisiologia do Exercício CREF: 041347-G/SP.

MUSCULAÇÃO: Panturrilhas em pé ou sentado? Qual a diferença?

Mudar a posição dos joelhos faz toda a diferença no trabalho para panturrilhas. Resultados de estudos biomecânicos e cinesiológicos ensinam como treinar as panturrilhas e valorizar o trabalho para cada porção desta musculatura. Descubra como fazer isso apenas alterando a posição dos joelhos.

Flexão Plantar com joelhos flexionados
O esporte transforma atletas em modelos que podem influenciar gerações. A musculação como esporte de competição não é diferente. Seu conhecimento prático na construção de corpos esteticamente perfeitos trouxe muitos ensinamentos para aqueles que desejam alcançar o sucesso quanto o objetivo é a boa forma física. Desde o seu inicio, atletas e treinadores desenvolveram novas fórmulas e variações de exercícios na busca da melhora do desenho corporal. Entre as duras rotinas nas salas de pesos, com aparelhos (que não proporcionavam tanta facilidade como atualmente) e pesos livres, a história da musculação foi escrita. Mas houve, e há, mais. Por meio de estudos, a biomecânica e a cinesiologia proporcionam um profundo entendimento sobre as ações musculares e o movimento humano. E a utilização correta dos seus princípios favorece a elaboração de programas de treino mais individualizados, mais eficientes, mais seguros, com maior variabilidade, melhores combinações de exercícios e movimentos, etc. Desta forma, unindo ciência e prática, apresentaremos artigos com análises cinesiológicos e biomecânicas de dois exercícios para o mesmo grupo muscular e a diferença entre eles quanto ao estímulo dos músculos envolvidos. Flexão Plantar com joelhos estendidos Vs. Flexão Plantar com joelhos flexionados.


EM ANÁLISE
Os músculos gastrocnêmios e sóleos agem em conjunto para realizar o movimento de flexão plantar do tornozelo durante os exercícios utilizados para desenvolver esta musculatura, denominados popularmente como exercícios para panturrilhas. Entretanto, como o corre em outras articulações, apesar de realizarem a mesma ação, os músculos possuem vantagens em situações ou ângulos distintos do movimento, com a finalidade de proporcionar eficiência em toda a sua extensão. Essa distinção faz com que a variabilidade de posicionamento articular durante a execução do movimento proporcione maior estimulação de um outro músculo, enfatizando o seu desenvolvimento em prol do seu sinergista (músculo auxiliar). Nesta análise, em se tratando de um músculo biarticular e outro monoarticular, a simples diferença na posição dos joelhos no momento da execução do exercício - estendido ou flexionado - mudará a ênfase do músculo exigido para a realização do movimento. E a musculatura afetada será a do gastrocnêmio, que é biarticular. Quando a articulação do joelho é flexionada, o gastrocnêmio torna-se parcialmente encurtado, pois é um sinergista dos isquiotibiais e, consequentemente, tem sua capacidade de produção de força diminuída para agir com eficiência na articulação do tornozelo. Na situação, o sóleo não sofre influência pela posição do joelho. Portanto, mantém seu ótimo comprimento de repouso e sua capacidade de produzir força. Sua participação no movimento é aumentada para suprir a deficiência ocasionada ao gastrocnêmio. Isso é explicado pelo conceito de "Relação força/Comprimento Muscular". Portanto, vale ressaltar, a fim de esclarecimento, que a alteração na estimulação ocorre devido à posição do joelho e não do quadril. Assim, o que muda não é realizar o exercício em pé ou sentado, mas sim, com o joelho flexionado ou estendido. Por exemplo, executar o exercício sentando no ler press, porém, com os joelhos estendidos, enfatiza a estimulaçao do gastrocnêmio e não do sóleo. O mesmo deve ser considerado quando é necessário realizar um trabalho de alongamento para melhorar a flexibilidade destes músculos. Para enfatizar o alongamento do sóleo, o movimento de dorsiflexão do tornozelo deve ser realizado com os joelhos em flexão. Por outro lado, para enfatizar o alongamento do gastrocnêmio, os joelhos deves estendidos. Esteticamente, o gastrocnêmio é um músculo mais aparente, do ponto de vista posterior, devido a sua localização sobre o músculo sóleo, e proporciona maior volume na parte mais alta na área da panturrilha, próxima ao tornozelo. De uma vista lateral, quando o sóleo está bem desenvolvido e se tem um baixo percentual de gordura, sua aparência sob o gastrocnêmio é bastante notada, permitindo linhas marcatórias e divisões dos músculos da região inferior mais aparente.

Panturrilha no Leg Press

FLEXÃO PLANTAR COM JOELHOS ESTENDIDOS
Articulação envolvida: Tornozelo
Movimento: Flexão plantar
Músculos: Gastrocnêmio (mais enfatizado) e sóleo
Posição inicial: Coloque o terço final do pé (ponta dos pés) sobre o apoio, mantendo os outros dois terços fora do apoio.
Execução: Realize flexão plantar, ou seja, empurre a ponta dos pés para baixo em direção ao apoio, elevando o calcanhar, com a máxima amplitude possível, para fazer subir o corpo. Em seguida, permita que o corpo desça realizando a máxima amplitude de movimento de dorsiflexão, que é quando o calcanhar desce abaixo da ponta dos pés, em direção ao solo.
Variações do exercício: Em pé, segurando halteres (normalmente realizando unilateralmente); Em pé com máquinas com o Hack Machine ou Smith; Sentado no Leg Press.

FLEXÃO PLANTAR COM JOELHOS FLEXIONADOS
Articulação envolvida: Tornozelo
Movimento: Flexão Plantar
Músculos: Gastrocnêmio e sóleo (mais enfatizado)
Posição inicial: Coloque o terço final do pé (ponta do pé) sobre o apoio, mantendo os outros dois terços fora do mesmo. Coloque o apoio do aparelho o mais próximo possível da articulação do joelho, para que maios sobrecarga seja transferida para a articulação do tornozelo.
Execução: Realize a flexão plantar, ou seja, empurre a ponta dos pés para baixo em direção ao apoio, elevando o calcanhar, com a máxima amplitude possível, para fazer subir o aparelho. Em seguida, permita que o aparelho desça realizando a máxima amplitude de movimento de dosiflexão, que é quando calcanhar desce abaixo da ponta dos pés, em direção ao solo.
Variações do exercício: Na máquina específica para este exercício; Sentado na banqueta utilizando anilhas e/ou barras sobre os joelhos.

Fontes:
- Revista Super Treino - Nº 66 - Ano: 2014
- Prof. Mauricio de Arruda Campos - Comitê Educacional e Pesquisa - IFBB - CREF: 2597-G/SP
- Prof. Bruno Coraucci neto - Secretário da Confederação Sulamericana - CREF: 14.668-G/SP
- Prof. Rodrigo Fenner Bertani - Educador Físico e Fisioterapeuta Esp. em Fisiologia do Exercício CREF: 041347-G/SP

Biomecânica Aplicada e Adaptativa

O vídeo, apresentado pelo atleta fisiculturista Fernando Luiz, mais conhecido como Fernando Sardinha, morador da cidade de Ribeirão Preto - SP, com 27 anos de carreira, 69 títulos, 74 troféus incluindo Bi-campeão paulista do interior, Tri-campeão paulista e overall, Bi-capeão do troféu Brasil e overall, Campeão brasileiro, Campeão do duelo de gigantes e overall, Vice-campeão mundial, 3º colocado no Mr. Universe, 7 vezes o melhor posador do Brasil, trás como tema, os movimentos de exercícios na musculação utilizando a biomecânica adaptada, ou seja, movimentos que normalmente são considerados errados. Porém, são apenas movimentos adaptados para pessoas especiais, que possuem algum tipo de dificuldade, e também, como treina um atleta avançado de musculação, fazendo uso da biomecânica dos movimentos de uma forma que “não seria a correta” para todos nós, apenas para eles.
 

Biomecânica: Um pouco de sua história!

A Biomecânica Mecânica é a mecânica dos organismos vivos, ou seja, é o movimento de todos os seres vivos e pode ser dividida em duas parte: Biomecânica externa e interna. A biomecânica externa, estuda as
forças físicas que agem sobre algum corpo, enquanto a interna estuda a mecânica e os aspectos físicos e biofísicos das articulações, ossos e tecidos histológicos do corpo.
Hoje em dia, além de ser uma das maiores áreas de estudos com laboratórios específicos e diversos níveis, também é oferecia nas faculdades de Educação Física, Fisioterapia, Engenharia Biomédica e Terapia Ocupacional. Os primeiros registros de Biomecânica sobre movimentos corporais, tanto do homem, quanto dos animais, foram realizados por Aristóteles, que registrou suas primeiras observações sobre o ato de caminhar dos seres vivos, incluindo o homem, como consequência da ação de seus membros inferiores contra o solo.
Séculos depois, suas observações foram ratificadas pela Terceira Lei de Newton, porém, é claro, a história da Biomecânica estava apenas começando e teria que dar muitos e muitos passos à frente para que o estudo conseguisse ficar ainda mais complexo com a chegada da fotografia anos mais tarde. Com esta nova invenção, surgiram novas possibilidades e novas metodologias para as análises de movimentação que ganhou o nome de Cinemetria, ou seja, o congelamento de movimentos, o registro e consequentemente a quantificação geométrica por meio das fotografias para uma descrição mais precisa, utilizado até os dias de hoje.
A Biomecânica pode ser dividida em dois movimentos chamados de Estático: Quando um corpo está em repouso, ele tende a continuar em repouso. Ex: "Em pé dentro de um ônibus que está parado e quando ele acelerea nós somos empurrados para trás". E o movimento Dinâmico: Quando um corpo está em movimento constante, ele continua neste movimento. Ex: "Quando estamos dirigindo um carro e freiamos bruscamente, somos empurrados para frente".
A Biomecânica também é usada para manifestações mecânicas de comando enviados pelo Sistema Nervoso (SN), ângulos formados entre segmentos que influênciam o movimento e a produção de força, medir distâncias, deslocamentos, velocidades e aceleração de um segmento, de um ponto do corpo, ou do corpo como um todo, a força que os músculos estão fazendo com uso de alavancas e cargas articulares, forças de contato da caminhada, corrida, saltos com estudo de impacto e amortecimento e a atividade dos músculos gerando força e movimento, etc.